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Dnit ainda não tem solução e diz que vai estudar alterações no trevo de entroncamento da BR-386 com a ERS-128, em Fazenda Vilanova (Foto: Lucas Leandro Brune)

Trevo da BR-386 e ERS-128 (Via Láctea): Dnit promete estudar solução

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Uma comitiva de lideranças de Teutônia, Poço das Antas e Westfália esteve em audiência com a superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em Porto Alegre no final da manhã desta segunda-feira, dia 18. O grupo não saiu satisfeito do encontro, pois ficou sem uma resposta concreta ou uma previsão para solucionar o entroncamento da BR-386 com a ERS-128 (Via Láctea), em Fazenda Vilanova.

A primeira decepção foi a ausência do superintendente Pedro Luzardo Gomes, que teria sido chamado pelo ministro em Brasília. Ele esteve representado pelo superintendente-substituto, Delmar Pellegrini Filho. Outra frustração do encontro foi perceber a aparente desinformação com o caso e o fato do Dnit postergar para a semana que vem uma resposta sobre o pleito.

No encontro, o prefeito de Teutônia, Renato Airton Altmann, enfatizou que a decisão de fechar o trevo foi simplista e que faltou projetar uma solução adequada. “Desde o início imaginávamos e alertávamos que o ideal seria um viaduto, mas nunca tivemos uma posição nem vimos um projeto claro para isso nem mesmo de uma rótula”, explicou. “Queremos ser informados do que será feito antes, para analisarmos em conjunto. Acredito que medidas emergenciais são necessárias”, argumentou.

Para o prefeito de Westfália, Sérgio Marasca, a duplicação da BR-386 ajudou bastante e ficou muito boa para toda a região, “mas um trevo de qualidade é a cereja do bolo”. Marasca disse que “há uma dificuldade para um carro ingressar na rodovia, então imaginem os caminhões carregados com frangos, suínos, leite, calçados e outros produtos que saem dos municípios atingidos”.

Renato Altmann e Sérgio Marasca reforçaram que mais de 110 mil frangos são abatidos diariamente pelo Frigorífico da Languiru em Westfália, que 1,2 mil suínos são abatidos no Frigorífico da Languiru em Poço das Antas, que há milhões de litros industrializados pelas laticínios (Languiru e BRF), além de móveis, esquadrias, calçados e outros produtos que diariamente são transportados e passam pelo local.

O presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Teutônia, Waldir Piccinini, lembrou que participava de sua quinta reunião na Superintendência do Dnit para tratar desse assunto e que desde 2009 o órgão não se posicionou nem definiu como ficaria a interseção (trevo) da BR-386 com a ERS-128. “Agora estamos aqui quando o trevo foi fechado por causa do alto índice de acidentes. Foi um trevo mal projetado, porque não foi respeitado o caderno técnico do próprio Dnit, com raios muito pequenos”, sustentou.

O presidente do Conselho Municipal de Desenvolvimento (Comude) de Teutônia, Ivandro Carlos Rosa, entende que “a rótula não foi executada com a segurança necessária. O investimento com dinheiro público foi feito e não ficou bom”.

O prefeito de Poço das Antas, Glicério Ivo Junges, também participou do encontro e ressaltou a importância de solucionar o entroncamento para facilitar o escoamento das produções primárias e industrializadas do município.

Dnit vai analisar o que fazer

O substituto Delmar Pellegrini Filho se comprometeu a analisar o projeto com a equipe, rever a situação, estudar e executar as melhorias necessárias. “Vamos ver o que é possível fazer em curto prazo”, salientou. Mesmo sem estar inteirado do assunto, Pellegrini tratou de defender que “sempre são respeitadas as normas técnicas, e se aumentou o número de acidentes foi por desrespeito às regras de trânsito”.

A área técnica do Dnit revelou aos prefeitos que está em andamento um Estudo de Viabilidade da BR-386 desde Jabuticaba até Montenegro, bem como o projeto de duplicação de Lajeado a Tio Hugo, o que poderia rever e contemplar uma solução para o local.

Renato Altmann rebateu a espera por esta análise. Argumentou que um estudo demora de 2 a 5 anos e reforçou: “são necessárias medidas emergenciais para o local”. Piccinini sugeriu a implantação de dois controladores de velocidade na BR-386, mas, principalmente, corrigir o trevo, fazendo a interseção em “T” conforme o caderno técnico do DNIT, que prevê refúgios e áreas de aceleração e desaceleração.

Situação precisou ser relembrada

Renato Altmann lamentou um aparente descaso do Dnit com a situação, pois boa parte do encontro foi tomado para as lideranças realizarem um amplo relato dos problemas ao invés de focar no debate de soluções, definir prazos e a implantação das melhorias. “Há muito trânsito, e as empresas reclamam que os caminhões pesados precisam andar 1.200 metros a mais, lomba acima, para seguir em direção a Porto Alegre. Sabemos que o fechamento foi por motivos de segurança, porém não queremos um trevo de qualquer forma, porque foi um erro muito grande de projeto”, observou.

O presidente da CIC, Waldir Piccinini, considerou um descaso e uma falta de respeito com os prefeitos dos três municípios a ausência do superintendente, bem como a desinformação dos que o representaram no encontro. A audiência foi intermediada pelo gabinete do deputado federal Ronaldo Zulke (PT), e a assessoria do parlamentar acompanhou o encontro.

O trevo da Via Láctea na BR-386 foi fechado no dia 18 de julho, há exatamente 1 mês, a pedido da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que constatou a insegurança do local pela alta velocidade dos veículos que trafegam na BR-386 – inclusive um carro foi flagrado a 174 Km/h – além do aumento no número de acidentes.

CIC Vale do Taquari

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