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Mesmo exportando mais, Vale diminui representatividade no RS

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Vale do Taquari – Apesar do crescimento acentuado no volume de exportação da região no período de 2000 a 2012, o Vale perdeu representatividade no Estado. No início do século, as indústrias do Vale exportaram US$ 270 milhões. Ano passado, o valor saltou para US$ 403 milhões. No entanto, contrariando o desempenho positivo, o Vale perdeu representatividade perante o Estado. A participação da região nas exportações gaúchas baixou de 4,5% para 2,3%. Diversas variáveis econômicas podem ajudar a explicar a queda na participação. A mais recorrente é a recessão mundial.

Segundo o assessor para desenvolvimentos regionais da Univates, Marcos Turatti, o período de recessão mundial, da qual muitos países ainda se recuperam, tem afetado as exportações na região desde 2008. Os mercados compradores, como os países da Europa, a China e os Estados Unidos, têm importado menos do Brasil. “Como eles não estão conseguindo vender para eles mesmos, também estão tentando exportar e se tornar mais competitivos mundialmente”, analisa a economista Cíntia Agostini. A redução ou a interrupção temporária da compra dos produtos fabricados no país atinge o Vale do Taquari, já que dos cinco maiores segmentos de exportação, quatro são afetados. “Se consideramos a erva-mate, couro e calçados, alimentos, máquinas e equipamentos e madeira e móveis, somente um setor pode ser classificado de necessidade básica, o alimentício”, complementa Turatti.

Segundo dados de março do Banco Central, a balança comercial brasileira está deficitária em US$ 6,4 bilhões. Ao passo que o Brasil aumentou as vendas para o exterior em 1,6%, importou 11,6%, gerando um desequilíbrio comercial.

Região cresce menos

De 2000 a 2012, o Brasil e o Rio Grande do Sul mantiveram um crescimento maior no volume de exportações do que o Vale do Taquari. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Estado cresceu 187% neste período, enquanto a região 49%, quase quatro vezes menos. Para Cíntia, o Estado consegue se sobressair porque tem incentivado algumas regiões a exportar mais. É o caso de Rio Grande. “E tem outras regiões que têm uma dinâmica muito própria, como a Metropolitana e a Serra. O Vale não tem recebido muito incentivo, e nem somos altamente dinâmicos. Estamos no meio do caminho e temos que dar conta de nós mesmos”, frisa a economista.

O coordenador do MBA em Logística e Operações da Univates, Jairo Luis Wermann, acredita que também há a influência da taxa de câmbio. O volume de exportação aumentou para compensar possíveis reposições de preços, já que a taxa do dólar estava baixa. “Isto acontece com frequência. As empresas aumentam seus volumes com o objetivo de equilibrar seus custos, visto que não conseguem aumentar seus preços”, analisa Wermann.

Geração de Impostos

Turatti explica que o fato de as indústrias da região preferirem exportar os produtos por meio de outras regiões não é fator para o Vale do Taquari sair prejudicado. Os exportadores estão isentos de tributos como IPI, PIS, Cofins e ICMS e não geram impostos diretos para a região. As exportações, no entanto, contribuem para o fortalecimento da matriz produtiva local, a qualificação das indústrias/empresas, o acesso às novas tecnologias e a sustentabilidade a médio e longo prazo, considerando a ampliação de mercados. “Sob o ponto de vista estratégico, apesar de não estarmos sendo o local de origem das exportações, temos mantido nossa matriz produtiva dos produtos que serão exportados, onde a indústria de transformação é sinônimo de geração de empregos e renda, assim como de valor agregado de ICMS que irá compor o valor adicionado da região”, acrescenta Turatti.

CIC Vale do Taquari

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