Cooperativa Languiru, Organização das Cooperativas do Estado do Rio Grande do Sul (Ocergs) e empresas alemãs alinham detalhes de parceria para a otimização de biodigestores nas unidades industriais e propriedades rurais da cooperativa teutoniense.
Com aporte financeiro do governo alemão, a iniciativa poderá originar a geração de energia elétrica alternativa e substratos orgânicos para a lavoura, contribuindo significativamente com a preservação do Meio Ambiente, com a redução de emissão de poluentes e aproveitamento eficaz dos resíduos sólidos da suinocultura, bovinocultura e avicultura.
“Num primeiro momento os estudos envolvem a otimização do biodigestor da Unidade Produtora de Leitões (UPL) Mundo Novo, de Bom Retiro do Sul. Representantes das empresas parceiras alemãs visitaram suas instalações e estão elaborando o projeto, que será encaminhado ao Governo da Alemanha, que acena com auxílios financeiros e tecnologia para sua implementação”, explica o engenheiro ambiental da Languiru, Tiago Feldkircher.
As tratativas da parceria iniciaram em novembro de 2012, por ocasião de período de estágio do representante da cooperativa na Alemanha. A qualificação profissional foi possibilitada via parceria entre a Ocergs-Sescoop/RS com a Confederação Nacional das Cooperativas de Crédito da Alemanha (DGRV), que teve por objetivo a busca constante por melhorias e o fortalecimento das cooperativas gaúchas.
Na oportunidade, Feldkircher teve acesso a novas tecnologias ambientais, especialmente a geração de energia por meio de fontes renováveis, como o biogás. “Na Alemanha o biogás auxilia na geração de energia elétrica e calor para as residências. Inclusive o governo disponibiliza linhas de financiamento para a produção de energia via fontes alternativas. No país já há mais de cinco mil plantas de biogás”, destaca o engenheiro ambiental.
Alemães elogiam estrutura da Languiru
No mês de junho a Languiru recebeu a visita de representantes de empresas alemãs que desenvolvem projetos de biogás com o Governo da Alemanha. Philipp Senner, do Instituto de Pesquisa Agroscience, órgão de pesquisa científica em diversas áreas, em especial para melhorias na agricultura e manejo animal; Oliver Grün e Christoph Spurk, da Ökobit, empresa especializada em softwares de operação e instalação de plantas de biogás, elogiaram a estrutura da cooperativa e destacaram o potencial da empresa para a geração de energia por fontes alternativas. Eles também enalteceram a receptividade que tiveram na Languiru, onde “sentiram-se em casa”.
“Estamos impressionados com a estrutura da Cooperativa Languiru, uma empresa moderna, com tecnologia de ponta, que trabalha com profissionalismo e conta com grandes unidades industriais e volume de produção, semelhante às grandes empresas que encontramos na Alemanha”, disse Spurk.
Potencial para o biogás
Senner e Grün afirmaram que a Languiru possui grande potencial para aproveitamento dos dejetos suínos e do gado leiteiro, principalmente. “Além do biogás, os dejetos podem ser agregados com resíduos sólidos das estações de tratamento nas unidades industriais, com a perspectiva de gerar energia e um importante substrato para adubação do solo. Com o aproveitamento deste material, é dado valor ao resíduo, diminuindo custos nas propriedades rurais dos associados da Languiru e nas próprias unidades industriais e de produção da cooperativa”, frisou Senner.
A parceria entre Languiru, as empresas alemãs e o Governo da Alemanha terá duração de dois anos, até maio de 2015. Com as informações e observações realizadas, será dado andamento ao projeto, com nova visita programada para 2014, quando os representantes do Agroscience e Ökobit devem detalhar o uso do biogás.