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Fórum sobre gestão e empreendedorismo reúne cerca de 800 pessoas

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Um evento para encorajar e qualificar os empresários, despertando para novas formas de pensar e administrar os negócios. Assim foi o Fórum Estadual Gestão e Empreendedorismo realizado nesta quarta-feira (27) no Centro Cultural Univates. Cerca de 800 pessoas acompanharam o evento que transcorreu durante todo o dia com a explanação de quatro palestrantes, além de autoridades e empresários que participaram de um painel focado no debate de alternativas para crescer e enfrentar a crise econômica. O Fórum faz parte do projeto Negócios em Pauta, realizado pelo Sindicato dos Contadores e Técnicos em Contabilidade do Vale do Taquari (Sincovat) e Jornal A Hora. Além disso, integrou a programação da Construmóbil 2017 e a Semana Acadêmica do Centro de Gestão Organizacional da Univates. O objetivo, segundo o presidente do Sincovat, Rui Mallmann, é tornar mais sólidas e sustentáveis as empresas. Para ele, o atual contexto econômico e político do país não pode mais influenciar a ponto de travar o crescimento dos negócios. “Precisamos encontrar alternativas para descolar a economia da política. E, ao que tudo indica, estamos no caminho certo”.

O presidente do Sescon-RS, Diogo Chamun, elogiou a programação e afirmou que a gestão é a luz que mantém os empreendedores. “Precisamos evoluir muito e por isso iniciativas como essa são tão importantes”. Representando o Governo do Estado, o secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Evandro Fontana, abriu sua fala justificando a ausência do governador José Sartori, que estava programado como palestrante e teve que viajar a Brasília para uma agenda no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele comentou sobre os desafios para solucionar a situação financeira deficitária dos cofres públicos do Estado, mas também comemorou a atração de novos investimentos e garantiu: “o governo do Estado trabalha forte com gestão para conseguir superar os problemas e voltar a crescer”.
Anfitrião do evento, o reitor da Univates, Ney Lazzari, reiterou o compromisso da instituição de ensino com o desenvolvimento do Vale do Taquari através de educação, profissionalismo e tecnologia. “Essa é a nossa razão de ser, preparar a região para os desafios da globalização”.
Com a experiência da área pública, o prefeito de Lajeado, Marcelo Caumo, salientou que ”a gestão é a grande oportunidade para melhorar o serviço público que é posto à disposição da comunidade”. Citou exemplos que representam a prática da gestão e do empreendedorismo, com destaque para o Simplifica Lajeado, que garante a abertura de empresas em 24 horas para 85% dos pedidos encaminhados, e o dinamismo da construção civil, que cresceu 30% este ano.

Painel
O painel mediado pelo diretor do Jornal A Hora, Adair Weiss, oportunizou aos convidados a explanação sobre o cenário econômico dos últimos anos e os caminhos escolhidos para driblar as adversidades. Diretor da Girando Sol, de Arroio do Meio, Gilmar Borscheid observou que a crise exigiu que a empresa revisse seu planejamento, tendo em vista o projeto que tinha em andamento de seu novo parque fabril de 22 mil m². “Associado a isso fizemos um amplo trabalho de revisão interna de nossa atuação e pautamos um trabalho corpo a corpo com o cliente”, explicou. As mudanças implementadas abrangeram as áreas comercial, administrativa e de automação. “O que fizemos, especialmente, foi buscar maior eficiência e proximidade com os clientes”. Na Dália Alimentos, as estratégias se basearam em inovação e redução de custos. O presidente Giberto Piccinini contextualizou a atuação da cooperativa com o mercado, a concorrência com os grandes conglomerados nacionais e internacionais e oportunidades buscadas mesmo em meio à crise. Conforme ele, a Dália ousa em sua história de 70 anos fazendo na avicultura um dos seus investimentos mais inovadores. Também participaram do painel Diogo Chamun, reitor Ney Lazzari e o prefeito Marcelo Caumo.

2017: fim da recessão
Coube ao economista-chefe do Sistema Sicredi no Brasil, Alexandre Barbosa, apresentar para a plateia o cenário econômico e as perspectivas ao empreendedor brasileiro. “2017 marca o fim da recessão”, garantiu, lembrando que a notícia chega após dois anos de queda muito significativa do PIB brasileiro. “Esse já é um ponto extremamente importante, porque antes de melhorar, tem que parar de piorar”, avaliou. Barbosa explanou o cenário internacional, o problema fiscal/político, taxa de câmbio e inflação, essa que deve encerrar o ano ao redor de 7%.
Ele avaliou que, apesar de uma tímida recuperação que já começa a ser vista no empresariado, está longe do patamar desejado. “Já batemos no fundo do poço, mas não saímos dele ainda”, comparou. Na sua opinião, as empresas vão mesmo começar a perceber a retomada a partir de 2018. Barbosa frisou a importância do voto consciente nas eleições do ano que vem, do impacto das medidas de quem governar a partir de 2019 e o quanto isso poderá influenciar numa recuperação duradoura ou não.

Reputação corporativa
Para alertar sobre o valor da reputação corporativa, a jornalista e consultora Suzane Veloso explicou que não se trata apenas do que se vê nos noticiários, mas de uma imagem solidificada ao longo tempo, a qual é baseada em julgamentos e faz com que as pessoas retornem ou não à uma empresa. Enquanto na era analógica havia tempo para se cuidar das marcas e reverter situações adversas, na era digital as coisas são extremamente velozes e qualquer história, verídica ou não, corre muito rápido, podendo engrandecer ou destruir a organização. Segundo ela, por mais que se tenha atenção, os erros e crises podem acontecer e o melhor a se fazer é assumir a responsabilidade e agir com transparência, cuidando de todos os afetados. “Não é técnica. É coragem”, reconheceu. Suzane também lembrou que todos os funcionários são responsáveis pela reputação organizacional e que sites corporativos podem ser um excelente recurso para se comunicar com os clientes. “Se você não contar a sua história, alguém vai dar uma versão bem diferente”, alertou.

Marca e investimento
Sócio e diretor criativo da agência Morya, Fábio Bernardi defendeu que dinheiro é a parte menos importante para a construção de uma marca e que a velocidade das transformações tem gerado uma redefinição e inversão completa de valores. O foco em “o quê” foi substituído pelo “para quem” e a entrega passou a valer mais do que a venda. Assim, a razão de existir está nas pessoas e a marca nada mais é do que a expressão de tudo o que a empresa é, acredita e faz. “Marca não é questão de tamanho, mas de grandeza”, definiu. Para Bernardi, é a consistência dos elementos que formam uma marca de sucesso e, para isso, não há necessidade de investimentos. O profissional salientou que as pessoas compram com base em emoções, as quais podem mudar o juízo de valor. Ele ainda reiterou que o processo de gestão da marca deve estar atrelado à estratégia do negócio e que é necessária uma atenção especial com os colaboradores, pois eles carregam, impactam e interferem na imagem da organização.

Mercado digital
Com vasta experiência em estratégias de negócios on-line, o CEO do Walmart.com do Brasil e especialista em transformação digital, Paulo Sergio Silva, abordou os desafios para os negócios no futuro, afirmando que o Brasil ocupa a nona colocação no mercado de e-commerce e que esse número deve dobrar em cinco anos. “Se a gente na região tem alguma ideia de entrar na internet, o momento de fazer é agora”, garantiu. De acordo com ele, novos comportamentos de consumo deram origem ao fenômeno do Market Place, através do qual empresas que possuem lojas virtuais, denominadas sellers, utilizam a estrutura de outras plataformas, como o Walmart, para comercializar seus produtos de forma mais rápida e segura. Tal movimento contribuiu para a expansão e maturidade do comércio digital. Aos mais pessimistas, o especialista tranquilizou: “Lojas físicas não vão morrer. Elas vão ter outro papel”. Ele acredita que os estabelecimentos passarão a ser grandes praças de contato entre as pessoas e aconselhou: Quando você estiver abrindo novas lojas, abra com um outro conceito. Talvez não precise ter estoque e ela seja apenas um ambiente de relacionamento com o consumidor. Vai fazer muita diferença”.

 

CIC Vale do Taquari

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