Governo abre as propostas em maio. Empresa a ser contratada fará os levantamentos que embasarão obras na rodovia, que poderá ser duplicada
Brasília – O Ministério dos Transportes publicou, na semana passada, no Diário Oficial da União, a abertura do processo licitatório para contratação da empresa que fará o estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental da BR-386 entre Tabaí e Boa Vista das Missões, totalizando um trajeto de 318 quilômetros. O estudo está estimado em R$ 1,4 milhão. A abertura das propostas ocorre no dia 8 de maio, por meio de pregão eletrônico. A empresa contratada terá 110 dias para elaborar o documento. Com o texto concluído, a região terá a base para lutar pela duplicação do trecho.
O procurador-chefe da Superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Alcemar Cardoso da Rosa, explica que o trajeto entre Tabaí e Lajeado estará incluído neste novo estudo para corrigir possíveis defeitos que não foram contemplados na duplicação que está sendo realizada. No edital de licitação, o Dnit explica que levou em consideração para autorizar o estudo a mobilização do Rio Grande do Sul em torno do pedido pela duplicação. Além disso, contou o número de veículos que circulam na rodovia responsável pelo escoamento de produções agrícolas e industriais, bem como a quantidade de acidentes. De acordo com as estatísticas do Dnit, o número total de acidentes registrados na BR-386, em 2011, no Estado, foi de 1.798, com 69 mortos. O número representa mais de 12% do total registrado em todas as rodovias federais do Estado no mesmo ano.
Para o presidente da Comissão Pró-Duplicação da BR-386, entre Lajeado e Iraí – trecho a ser contemplado pelo projeto, José Luiz Cenci, a abertura da licitação é uma resposta do governo federal para a mobilização que se fez em 11 regiões do Estado. “O movimento iniciou-se em 2011, e o governo respondeu surpreendentemente rápido. Este é o primeiro passo para que a obra de duplicação possa sair.” Cenci lembrou que o conjunto de esforços de empresários, cooperativas, Conselhos Regionais do Desenvolvimento (Coredes), prefeitos, deputados e comunidade gerou uma pressão sobre o governo. Em 2012, a bancada gaúcha no Congresso Nacional também definiu que as obras de duplicação entre Lajeado e Iraí estivessem entre as emendas prioritárias para o Orçamento Geral da União no exercício de 2013. “Esta pressão política dos nossos deputados foi fundamental para o avanço”, acredita Cenci.
