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(Foto: Rodrigo Nascimento/Arquivo)

Abertura de mercado da Rússia beneficia frigoríficos da região

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Recentemente, a Rússia proibiu a importação de produtos alimentícios dos Estados Unidos em resposta a sanções econômicas sofridas pelo país pelo envolvimento na guerra da Ucrânia.

O embargo, que também incluiu União Europeia, Austrália, Canadá e Noruega, abriu espaço de mercado para o Brasil, com a habilitação de novas plantas frigoríficas brasileiras para exportar para a Rússia.

A decisão tomada do outro lado do continente pode repercutir na economia do Vale do Taquari, com a exportação de carne suína e de frango por frigoríficos locais. A Cooperativa dos Suinocultores de Encantado Ltda. (Cosuel) e a unidade da BRF de Lajeado receberam habilitação para exportar para a Rússia.

Para o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Luis Folador, a notícia é positiva, na medida em que representa uma abertura de mercado para o Brasil. Apesar disso, ele atenta para à necessidade de cautela no investimento para a exportação, uma vez que a restrição de mercado da Rússia é reflexo de questões políticas, que podem ser alteradas posteriormente.

Segundo Folador, em outras ocasiões a Rússia havia estabelecido medidas e exigências sanitárias que dificultaram a exportação, obrigando frigoríficos brasileiros a interromperem as vendas para o país. “Se houver demanda suficiente para atender, certamente as empresas vão vender. Mas é preciso produzir e crescer dentro da possibilidade de mercado, com sustentabilidade financeira”, pondera.

Região

O serviço sanitário russo autorizou a importação de carnes bovina, suína e de aves e miúdos de 93 frigoríficos brasileiros. A liberação da Cosuel, de Encantado, foi divulgada no início da semana, enquanto a unidade de Lajeado da BRF teve a planta frigorífica aprovada na quinta-feira, dia 14.

Segundo o diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Produtos Suínos do Estado do Rio Grande do Sul (Sips), Rogério Kerber, o próximo passo da BRF deve ser a adequação às restrições no processo de produção e abate estabelecidas pela Rússia, para que obtenha o Certificado Sanitário Internacional e possa realizar as vendas. Conforme Kerber, entre as exigências estão restrições a princípios ativos como ractopamina e a tetraciclina, utilizadas na alimentação dos animais.

Também habilitada para exportar para a Rússia, a Cosuel, de Encantado, aguarda uma notificação oficial do governo federal, para se articular e planejar exportações e manifestar-se sobre o assunto. A empresa já manteve relações comerciais com o país em anos anteriores.

A Companhia Minuano de Alimentos, por sua vez, explicou que não dispõe de produção própria para atender o mercado russo. Entretanto, desde 2003 possui uma planta frigorífica habilitada a exportar para a Rússia, por meio da qual presta serviços de abate e industrialização à BRF.

Assim como as empresas ainda analisam as possibilidades de exportação e se articulam para as vendas, o presidente da Acsurs considera que, no momento, não é possível projetar crescimento das exportações.

Para Folador, a abertura de mercado da Rússia pode acarretar em um aumento no faturamento da suinocultura. Contudo, o crescimento não deve ser tão elevado porque a produção estimada para 2014 é menor do que a de 2013.

Exportação X mercado interno

Para o presidente da Acsurs, Valdecir Luis Folador, um dos fatores que pode influenciar a exportação é que, hoje, a suinocultura vive um momento favorável no Brasil, com a produção ajustada com o mercado. “Não há um excedente que possa ampliar significativamente a exportação, a não ser que se deixe de abastecer o mercado interno, que é o que sustenta a suinocultura”, observa. Conforme Folador, 85% da produção de suínos são comercializados no Brasil, enquanto 15% são destinados à exportação.

Cliente potencial

Mesmo antes de anunciar as novas habilitações de frigoríficos, a Rússia já era o país que mais importava carne suína brasileira. No primeiro semestre deste ano, foram 83.760 toneladas – mais de 35% do total exportado, conforme a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Atrás da Rússia, aparecem países como Hong Kong, Angola, Cingapura e Uruguai.

CIC Vale do Taquari

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