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Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Boa Vista, em Estrela, é um dos empreendimentos de geração de energia em funcionamento (Foto: Frederico Sehn)

Vale pode ser autossuficiente na geração de energia

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Nove propostas de empreendimento de geração de energia projetam um aumento de mais de 17 vezes a energia gerada no Vale do Taquari. Embora não haja prazo para serem ativados, os projetos da Cooperativa Regional de Desenvolvimento Teutônia (Certel) prometem um pulo na quantidade de energia gerada em duas Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e uma Central Geradora Hidrelétrica (CGH) no Vale do Taquari: de 13,84 megawatt (MW) de potência, passaria-se a 239,44 MW, garantindo a autossuficiência energética da região.

A demanda tem sido defendida pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT), como alternativa à recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) da região, que caiu de 4%, há 10 anos, para 3,23%. O assunto também integra a lista de estratégias para o desenvolvimento do Vale do Taquari, elaborada por entidades regionais. Presidente da CIC-VT, Ito José Lanius, explica que o incremento na energia possibilitará a expansão de indústrias e agronegócios na região – o que contribui para o aumento do PIB . “Tendo energia a custo baixo, iremos atrair novos investimentos”, salienta.

Atualmente, o Vale consome cerca de 200 MW e produz apenas 13,84 MW, nas PCHs Rastro de Auto e Salto Forqueta, no Rio Forqueta, e na CGH Boa Vista, no Arroio Boa Vista, em Estrela. Os mais de 185 MW restantes, necessários para suprir a demanda dos municípios, são comprados pelas distribuidoras e chegam às empresas e residências por meio do Sistema Interligado Nacional (SIN). Maior sistema de energia interligado do mundo, ele é formado por empresas do Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e de parte da região Norte do país e abrange cerca de 98% do território brasileiro.

Apesar de o SIN assegurar que a energia necessária chegue ao Vale, a geração própria garante que não haja dependência do sistema. O diretor de Geração de Energia da Certel, Julio Cesar Salecker, explica que, em casos de déficit de energia no país, as distribuidoras são obrigadas a reduzir a quantidade fornecida aos municípios. Assim, no momento em que a dependência de energia é reduzida, também diminui a possibilidade de racionamento.

Outro aspecto destacado por Salecker e Lanius é que a implantação de empreendimentos de produção de energia impacta diretamente a economia, com geração de empregos e renda. “A energia é fundamental para o crescimento de uma região”, enfatiza Salecker.

Projetos

Com custo total estimado em mais de R$ 1,4 bilhão, os nove projetos de geração de energia da Certel incluem cinco PCHs e três Usinas Hidrelétricas de Energia (UHE). Enquanto as primeiras abrangem empreendimento de geração de energia de um a 30 mil kilowatt (kW), as usinas correspondem a hidrelétricas maiores. Os projetos foram elaborados a partir de um inventário que apontou possíveis locais para geração de energia na região dentro da bacia hidrográfica Taquari-Antas. Além delas, há o projeto de geração de energia eólica, na Lagoa da Harmonia, em Teutônia.

As cinco centrais hidrelétricas que devem ser construídas no Rio Forqueta e a UHE Muçum 65 – no Rio Taquari – tiveram projeto aprovado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e possuem licença prévia. A licença de operação para que elas sejam construídas é liberada depois de cumpridos requisitos e elaborado projeto levando em conta aspetos topográficos, ambientais, geográficos e sociológicos, com três opções de layout da hidrelétrica. Quanto às outras usinas hidrelétricas – Encantado e Arroio do Meio – , as propostas foram outorgadas pela Aneel, mas ainda não há projeto.

Diferente dos demais empreendimentos, o projeto da Eólica Harmonia passa por procedimento de aprovação diferente. A proposta obteve licença da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para o estudo do projeto e implantação de torre para medir a velocidade do vento. O projeto está sendo desenvolvido, no entanto, ainda não há previsão para a implantação.

Quando a execução dos projetos for liberada, a Certel poderá financiar até 80% do valor do investimento, por meio Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) e do Banco de Desenvolvimento do Estado do Rio Grande do Sul (Badesul).

Energia para o Vale

O total de energia gerada atualmente no Vale do Taquari é de 13,84 megawatt (MW) de potência – energia necessária para abastecer 41.520 pessoas – o equivalente aos municípios de Arroio do Meio e Encantado juntos. Os projetos de empreendimentos hidrelétricos e de uma usina eólica somam 225,60 MW. No momento em que todos eles saírem do papel e se somarem aos já existentes, o Vale será responsável por gerar 239,44 MW. Essa produção, que pode tornar a região autossuficiente na geração de energia, representa energia suficiente para 718.320 pessoas – o correspondente a dez vezes a população de Lajeado.

CIC Vale do Taquari

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