Telefone: 55 (51) 3011 6982

Ácaros infestam galinhas confinadas, vivendo sobre as penas e o corpo delas (Foto: Divulgação)

Pesquisa busca reduzir prejuízos na avicultura

Patrocínio

A avicultura está em contínuo crescimento no Brasil, caracterizando-se pela criação de galinhas para corte e para produção de ovos in natura e industrializados, ocupando destaque no cenário agropecuário brasileiro. Mas a presença de alguns organismos no corpo das aves tem apontado prejuízos econômicos na produção.

A pesquisa “Controle de ácaros associados a aves de postura de ovos comerciais”, realizada na Univates, vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento (PPGAD), busca desenvolver formas naturais para realizar o controle da praga. O estudo é pioneiro no mundo e faz parte do trabalho de conclusão de curso da doutoranda Tamara Horn.

Conforme o orientador, professor Juarez Ferla, o ácaro Megninia ginglymura infesta as galinhas confinadas, vivendo sobre as penas e o corpo delas. “O organismo, quando instalado na ave, se alimenta da gordura da pele, o que acaba causando contaminação e deixando as aves anêmicas. A galinha normalmente bica suas penas e retira organismos das penas. As galinhas poedeiras são debicadas e não podem fazer a função de limpeza das penas. Com isso elas permanecem debicando-se durante todo o tempo, perdendo energia e diminuindo a produção de ovos”, comenta.

Por isso, ocorre uma significativa perda de produtividade, pois as aves ficam mais agitadas e gastam energia se debatendo, tentando eliminar os ácaros de seu corpo. “As aves se tornam menos produtivas economicamente, pondo menos ovos. O prejuízo pode chegar a 50% e em alguns casos causar a mortalidade das aves”, afirma o orientador.

Segundo Tamara, foi realizado um levantamento das espécies de ácaros presentes e em quais períodos elas aparecem. “Buscamos identificar predadores que iriam fazer o controle desses ácaros de forma natural”, comenta. As presas e os possíveis inimigos naturais com maiores populações foram analisados em laboratório para ver se o predador tem a capacidade de manter o controle da presa.

Os predadores aprovados passaram pelo processo de multiplicação e devem ser levados a campo ainda no primeiro semestre de 2016. “No laboratório eles cumpriram com a função esperada, que é de fazer o controle dos ácaros. Resta saber se no campo eles terão o mesmo desempenho”, destaca Ferla. O professor ainda salientou: “Essa espécie de ácaro é endêmica da região tropical. Por isso fazer a pesquisa aqui nessa região é uma obrigação”, finaliza, destacando que as pesquisas desenvolvidas na Univates procuram sempre abrir mão de pesticida, buscando eliminar as pragas de forma natural.

Conforme a doutoranda, este estudo com a análise dos ácaros no corpo das galinhas poedeiras foi desenvolvido numa granja com diferentes formas de confinamento. “A pesquisa foi realizada em uma granja do município de Lajeado, Rio Grande do Sul, onde foram feitas coletas quinzenais em aviários com diferentes formas de confinamento, sendo eles automatizados, caipiras e semiautomatizados”, destaca. As maiores infestações foram observadas no dorso das galinhas.

Segundo o orientador, a pesquisa é realizada em resposta a problemas ocorridos na indústria do Vale do Taquari. “Trabalhamos com galinha poedeira, pois elas ficam mais tempo alojadas e o problema é mais crítico devido ao nível de contaminação que aumenta bastante”, destaca.

CIC Vale do Taquari

Mais notícias

Utilizamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa  Política de Privacidade.