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Atraso na chegada do frio prejudicou desenvolvimento e qualidade das frutas. Safra termina em maio (Foto: Giovane Weber)

Oferta menor faz preço aumentar 20%

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Em média, quatrocentas mil toneladas de maçã devem ser colhidas nesta safra, com redução de 80 mil toneladas em relação ao ciclo passado.

Conforme o presidente da Associação Gaúcha de Produtores de Maçã (Agapomi), José Maria Reckziegel, a menor ocorrência de frio, aliada às geadas tardias de setembro, chuva de granizo em outubro, provocou perdas de até 30% em municípios produtores como Arvorezinha e Ilópolis, na região alta do Vale do Taquari.

O excesso de chuvas e a baixa insolação contribuíram para agravar os prejuízos e resultaram na redução do tamanho e quantidade de frutas fixadas por planta. A qualidade, entretanto, se mantém nos mesmos níveis de 2015.

No que se refere aos preços, esses compensam em virtude da queda na oferta nacional. “O quilo é negociado a R$ 1,50, cerca de 20% maior.” Mas os custos de produção também aumentaram, principalmente com mão de obra e tratamentos químicos, cotados em dólar.

Segundo dados da Agapomi, a cultura ocupa 14,5 mil hectares no RS. A variedade gala responde por 65% do total, seguida da fuji, com 30%. As demais, daiane e pink lady, ocupam os 5% restantes. O RS é o segundo maior produtor de maçã do Brasil, precedido por Santa Catarina.

Boa qualidade da fruta

O produtor Odacir Salva, de Ilópolis, registrou perdas acima de 90% no pomar implantado em 2008. Com 2,2 mil plantas, a estimativa era de colher até 25 mil quilos neste ciclo. Para atender a demanda dos clientes, compra a fruta de um produtor de Arvorezinha. “A qualidade está muito boa, tanto que a maior parte é destinada ao mercado exterior.” Em função da oferta menor, o preço saltou de R$ 1,60 para R$ 3,50, o quilo. A falta de trabalhadores, os encargos trabalhistas, a alta carga tributária e o aumento dos custos de produção desmotivam Salva a continuar na atividade.

Concorrência chinesa

Outro temor é quanto à abertura do mercado chinês. Para Reckziegel, os chineses enfrentam problemas com vírus, bactérias e ainda não conseguiram eliminar a principal praga da cultura (a cydia pomonella, mariposa cuja lagarta se alimenta da polpa da fruta). “A compra da fruta inviabiliza a produção na pequena propriedade.”

As negociações iniciaram no fim de 2015, quando a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, esteve no país asiático. Enquanto o Brasil exportaria carne e frutas tropicais, compraria dos chineses maçã e pera. Com 80 milhões de toneladas, a China detém mais da metade da produção mundial.

CIC Vale do Taquari

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