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Casal toma nota de toda receita e despesa há sete anos (Foto: Carina Marques)

Gestão melhora a eficiência leiteira em Dois Lajeados

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Contabilidade nunca foi o ponto forte do casal Artur (34) e Anelise Ziglioli (36). Mas há sete anos, foi o hábito de anotar toda a receita e despesa que tornou a propriedade, em Linha Dona Cândida, interior de Dois Lajeados, mais lucrativa e organizada. O caderno velho, pequeno e com todas as páginas preenchidas, guarda a história contábil dos últimos sete anos. A agenda nova detém algumas anotações recém iniciadas, dando continuidade ao trabalho.

As informações, feitas para cada gasto, contribuíram para calcular a depreciação dos bens e a rentabilidade da atividade leiteira. Todos os gastos com alimentação, concentrado, medicamento, inseminação, vacinação, água, luz, telefone, herbicida, combustível, material de limpeza, além de outros, são cuidadosamente anotados.

No fim de cada mês, o técnico responsável pela região, Dirceu Fronchetti, transfere todas as informações para uma planilha de computador e calcula as médias para o produtor. Ziglioli é um dos dois produtores assistidos por Fronchetti que realiza este balancete. Entretanto, existem outros que fazem a contabilidade por conta própria.

Com base nos cálculos, Ziglioli conseguiu melhorar consideravelmente a infraestrutura das instalações e os números financeiros. Em 2001, pensando no futuro, passou a plantar tifton e comprou novilhas melhores. No ano de 2006 construiu a sala de ordenha e o galpão para alimentação. “Até então a gente usava o sistema balde ao pé”, conta o produtor. Dois anos mais tarde, investiu na compra de medidores de leite para calcular a produção individual de cada vaca.

Em 2010 surgiu o interesse de investir em um local para alojar as vacas. No ano seguinte, o sonho audacioso foi colocado em prática com a construção de um espaço moderno para acomodar os animais. “A partir dos cálculos no caderninho, a gente conseguiu ver o quanto realmente gastava e aplicar melhor os recursos. Em cima dos números, a gente toma as decisões.”

Hoje, a família Ziglioli possui uma propriedade modelo no município de Dois Lajeados que, inclusive, recebe visitação de alunos e de outros produtores interessados em qualificar a atividade leiteira. São 75 animais, sendo 40 em lactação, que geram 1,2 mil litros de leite por dia. As instalações, construídas em pré-moldado, têm capacidade para alojar até 60 animais.

O sistema adotado pela família é o de semi-confinamento, com a permanência das vacas, por pelo menos três horas diárias, no pasto. Além da organização, Ziglioli diz que o segredo para uma atividade lucrativa é desempenhar tudo com carinho e dedicação. “O que me incentivou a buscar o crescimento e a ampliação no leite foi o gosto pelo negócio. Tenho amor pelas vacas e este é o diferencial para o trabalho prosperar.”

Hoje, com a atividade consolidada, Ziglioli pensa em investimentos futuros que visam minimizar a mão de obra. “Queremos introduzir a pulsação eletrônica na ordenha, a medicação elétrica e a extração eletrônica”, adianta o produtor.

Destaque na Gadolando

A boa genética e os números satisfatórios fizeram com que a propriedade fosse uma das participantes do projeto Vale dos Lácteos, da Dália Alimentos. Os dados em lactação também renderam premiações junto à Associação dos Criadores de Gado Holandês do RS (Gadolando). Duas vacas foram premiadas: uma com 14.706 litros em 365 dias e outra com 12.304 litros em 297 dias.

Leite para o queijo

Artur e Anelise, pais de Angélica (11) e Eduardo (8), recebem auxílio de Aldo (69) e Inês (66), pais de Artur, além da tia Verônica (65), no trabalho com o leite. Unida e perseverante, a família trabalha com vacas há 24 anos. Aldo lembra que, no início, o leite tinha como destino exclusivo a produção de queijo, que era comercializado na vizinhança, para parentes, amigos e conhecidos. “Começamos com apenas 30 litros e hoje já são 1,2 mil litros por dia”, observa o patriarca.

Aldo também cita o trabalho com suínos e aves, atividades encerradas depois que os cálculos começaram a ser feitos. “Quando começamos a fazer as contas, percebemos que era bem mais rentável trabalhar só com vacas de leite. Então paramos e hoje não se arrependemos”, conta.

CIC Vale do Taquari

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