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Mais de trezentas pessoas estiveram presentes no Encontro Técnico sobre Diarreia Epidêmica Suína, realizado na tarde da última quinta-feira, dia 5, em Lajeado (Foto: Divulgação)

Encontro técnico traz alerta ao setor de suínos

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Com mais de trezentas pessoas presentes, o Encontro Técnico sobre Diarreia Epidêmica Suína, realizado na tarde da última quinta-feira, dia 5, em Lajeado, foi considerado um sucesso pelos organizadores. “Conseguimos atingir o objetivo que era esclarecer produtores e veterinários sobre a importância de reforçar as ações de biossegurança para evitar a entrada da doença no Rio Grande do Sul”, afirma o presidente do Fundesa, Rogério Kerber.

O coordenador de Sanidade de Suínos da JBS, Ricardo Yuiti Nagae, disse no primeiro painel, que a doença era um dos maiores desafios dos veterinários dos últimos tempos. Apesar de não ser uma zoonose (não atingir humanos), a enfermidade dizima plantéis inteiros, pois chega a provocar 100% de mortalidade em leitões. “Para se ter uma ideia, é como se, dos doze meses do ano, o produtor perdesse um mês de trabalho”, alerta Nagae.

Conforme o médico veterinário, o vírus encontrado nos Estados Unidos desde o ano passado, já chegou na América Latina (Peru e Colômbia) e é da mesma cepa do registrado na China em 2005. O desafio dos pesquisadores é encontrar o meio de transmissão da doença. Para garantir, o melhor é evitar a entrada de estranhos. “Se alguém pedir para conhecer sua granja, mostre uma foto”, descontraiu Nagae.

Restam muitas perguntas, afirma o pesquisador da Embrapa Suínos e Aves, Nelson Morés. Entretanto, medidas de prevenção devem ser garantidas. “No que diz respeito à biossegurança, não importa o tamanho da granja”, pontua Morés. Ele completa afirmando que “colocar cercas, permitir apenas o acesso externo do caminhão de ração e controlar vetores como ratos e moscas, são medidas simples e investimento fundamental para evitar qualquer enfermidade.” Sobre o aumento da presença de estrangeiros no país, Morés acredita que mais do que os turistas que vêm com a copa, é preciso tomar cuidado com as visitas técnicas, de consultores de outros países.

O sanitarista da BRF, Luciano Brandalise, apresentou um relato assustador sobre o que viu em visita a áreas atingidas pela doença nos Estados Unidos. “O problema, mesmo depois de ocorrido, atinge a moral do produtor, traumatiza e deprime.” Brandalise mostrou cenários sensíveis na biossegurança dos Estados Unidos, como a grande circulação de animais. “Diariamente, circulam pelas estradas do país, mais de um milhão de suínos”, afirma.

Todos os palestrantes e coordenadores responderam perguntas ao final do evento e foram unânimes nas recomendações de prevenção, atenção e restrição de acessos, além de cuidados na verificação da origem e sanidade do material que está sendo adquirido. Nelson Morés afirmou, durante as respostas ao público, que não faria mal nenhum aos produtores brasileiros ficar pelo menos um ano sem adquirir material genético dos países atingidos.

Ao final do Encontro foi apresentada uma Nota Técnica com recomendações do setor para produtores e veterinários. O evento foi promovido pelo Conselho Técnico Operacional de Suinocultura do Fundesa, Comitê Estadual de Sanidade Suína e Associação dos Médicos Veterinários do Vale do Taquari.

Sobre a doença

A Diarreia Suína Epidêmica viral (PEDv, em inglês), é uma doença altamente contagiosa, que atinge leitões. O problema já provocou a morte de mais de seis milhões de animais nos Estados Unidos. Já há casos registrados também no México, Canadá, Japão, Peru e Colômbia.

CIC Vale do Taquari

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