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Oficina na entrada de Marques de Souza ficou uma semana sem telefone e internet. Clientes querem mais agilidade (Foto: Marcelo Gôuvea)

Comissão debate problemas com telefonia

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Usuários de telefonia e internet da área rural devem ter melhorias e maior facilidade no acesso aos serviços a partir do próximo ano. As dificuldades como as relatadas em Marques de Souza foram debatidas em uma audiência na Assembleia Legislativa na quinta-feira, dia 12.

No encontro, foi solicitada a criação de uma subcomissão subordinada à de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo para fiscalizar o cumprimento de normas que obrigam o fornecimento de telefonia fixa e internet para o meio rural. Assinaturas serão colhidas entre os parlamentares para oficializar o processo.

Pelas normas, os serviços devem estar disponíveis em propriedades em uma área até 30 quilômetros das sedes dos municípios, com o uso de satélites. Após a solicitação dos moradores, a concessionária tem o prazo de 90 dias. Para contar com o benefício, os interessados poderão contratar pelo site da Oi ou pelo 0800-031-0001 a partir de janeiro.

O debate ocorreu quase um ano depois de um levantamento pelo Conselho de Desenvolvimento do Vale do Taquari (Codevat) sobre o tema. Na época, 28 dos 36 municípios da região participaram da pesquisa. Em 46,5% deles, o serviço de telefonia fixa na área rural estava indisponível e as linhas de celulares eram avaliadas como regular ou péssima em 80% dos casos.

Avanço

Para o presidente da comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo, Adolfo Brito (PP), o debate representa um avanço na busca por soluções. Há oito anos, o deputado acompanha a situação de dificuldades na prestação do serviço no interior do estado.

Na avaliação dele, a limitação de acesso à telefonia e internet de qualidade tem afetado a sucessão familiar e o desenvolvimento do meio rural. “É um incentivo à continuidade das famílias e dos jovens no campo, com trabalho e qualidade de vida.”

Brito ressaltou a participação de diferentes entidades no debate e o interesse do Ministério Público em garantir o cumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) sobre o tema, assinado em 2013. O acompanhamento é feito pelo órgão em reuniões semestrais.

Só podemos reclamar

A recorrência dos problemas e a falta de uma solução causam prejuízos e descontentamento em municípios com grande área rural. Demora no atendimento de solicitações de usuários e manutenção são críticas recorrentes em Marques de Souza. O próprio prefeito, Ricardo Kich, afirma ter dificuldades. “Se cai (a linha) ficamos sem sistema, reclamamos, mas demora. Não temos outro canal a não ser a central de atendimento. Só podemos reclamar e esperar as musiquinhas como todo mundo.”

O panorama leva muitos moradores da área rural a cancelar linhas de telefonia fixa, segundo o prefeito. No centro, afirma, comerciantes reclamarem da perda de vendas e clientes quando estão sem o serviço. De acordo com Kich, apesar de uma reunião com os responsáveis pela telefonia e internet no ano passado, não houve melhorias.

Um dos casos mais recentes de problemas aconteceu há duas semanas. Foram três dias com dificuldades para utilizar telefonia fixa, celular e internet. Segundo Paulo da Silva, 23, de Picada Flor, as dificuldades são maiores durante os períodos de chuva e a demora na manutenção agrava a situação dos usuários. No período, tanto a oficina onde trabalha quanto colegas, como Guilherme dos Santos e Ezequiel de Souza, foram afetados.

De acordo com Souza, a falta de telefonia fixa na oficina dificulta o contato com clientes e os atendimentos na BR-386. O local chegou a ficar uma semana desassistido.

CIC Vale do Taquari

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