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Calor tira as plantas do período de dormência. Produtores temem perdas com a volta do frio (Foto: Giovane Weber)

Altas temperaturas antecipam floração

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A intensidade do calor registrado nos últimos dias, com temperaturas acima dos 30ºC, incomuns para esta época do ano, preocupa os fruticultores. Conforme o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, as atuais condições meteorológicas antecipam o florescimento de variedades precoces de pêssego, mesmo em locais de altitude maior do que a dos vales.

De acordo com o assistente técnico estadual em Fruticultura da Emater/RS-Ascar, Antonio Conte, o calor tira as plantas do período de dormência. Caso a previsão de geada se confirme até a primeira quinzena de setembro, as perdas serão inevitáveis nos pomares de pêssego e ameixa. “Na safra passada, temperaturas de até -4ºC, ocorridas na metade de agosto, dizimaram a produção das variedades precoces.”

Os dias de sol e a ausência de chuva possibilitaram o avanço nas práticas culturais do momento, como a poda seca e os tratamentos fitossanitários. Nesse quesito, pomares de variedades superprecoces cultivados em mesoclimas mais quentes – vales de rios – já se encontram com as frutas em estágio bem avançado, exigindo intervenção com raleio dos pêssegos e aplicações fitossanitárias para prevenir incidência de fitomoléstias.

No Vale do Taquari, os pomares de pêssego estão em plena floração. As plantas acumularam apenas 150 horas de frio (temperaturas abaixo de 8ºC), quando o ideal seria ter mais de 300 horas. Em razão disso, acontece um florescimento desuniforme nos pessegueiros. “Isto não chega a interferir na qualidade dos frutos, e, sim, na quantidade produzida por planta.”

No momento, os produtores seguem as aplicações de fungicidas, visando a proteção fitossanitária das flores, intensificando as atividades de poda e o tratamento fitossanitário de inverno nas plantas.

A situação verificada pelo segundo ano consecutivo deixa o fruticultor Odacir Salva em alerta. “Se der geada, perdemos tudo. Há pés com a fruta já em formação.” Com apenas um hectare de pêssego cultivado, a estimativa é de colher 18 toneladas. A fruta é vendida in natura direto na propriedade ou para mercados ao preço médio de R$ 2,50.

Melhora no preço

Irto Marmentini cultiva cinco hectares de pessegueiros das variedades premier (polpa branca e amarela) e chimarrita, em Fazenda Vilanova. Com a floração precoce, a colheita da fruta inicia um mês antes do período normal. “Com pouca oferta, o preço aumenta em até R$ 1 no quilo.”

A preocupação é com a ocorrência de geada ou granizo. No ciclo passado, registrou queda de 30% na produção devido às baixas temperaturas. “A planta se estressa com o frio e aborta.” Outra inquietação é quanto aos poucos períodos de temperaturas com médias abaixo de 8ºC. O ideal é registrar 300 horas para a variedade chimarrita e 200 para a premier. “Tivemos menos de 150 horas.”

Com a intensidade das temperaturas cada vez maior nos últimos anos, Marmentini teme pela manutenção dos pomares. Com a alta no custo de produção e exigência de muita mão de obra, estuda substituir parte da área pelo cultivo de citros.

CIC Vale do Taquari

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