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Índios aguardam com ansiedade a construção da nova aldeia. Expectativa da tribo é receber mais famílias em 2014 (Foto: Rodrigo Martini)

Aldeia indígena custará R$ 8,5 milhões

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A construção da nova aldeia caingangue iniciará em janeiro de 2014. Na sexta-feira, dia 8, a proposta apresentada pelo consórcio formado pelas empresas Iccila e Planus foi aprovada pela Comissão de Licitação do Dnit. Serão gastos R$ 8,5 milhões, e o prazo para finalizar a obra é de dois anos.

Há cinco meses, o Dnit realizou o primeiro processo licitatório. Os auditores do departamento cancelaram o edital após desaprovaram a proposta apresentada pelo mesmo consórcio, no valor de R$ 9,8 milhões.

O projeto prevê a realização dos projetos básico e executivo de engenharia. O valor será gasto na construção de 29 moradias de alvenaria, um centro de reuniões, uma escola e ainda uma casa de artesanato. O Dnit comprou a área de 6,7 hectares.

Estão incluídos no valor os serviços de: terraplenagem, drenagem, sistema de abastecimento de água, rede elétrica e os acessos a nova aldeia. A nova área fica ao lado da atual aldeia, instalada em Estrela há mais de 40 anos.

A Comissão de Licitação aguarda para a esta semana a apresentação dos documentos necessários para habilitação da empresa. Só então, o consórcio será declarado vencedor da concorrência de forma oficial. Assim como no primeiro processo, realizado em junho, as empresas Iccila e Planus foram participantes.

Com a aprovação da proposta, as obras de duplicação no trecho de dois quilômetros serão autorizadas pela Funai assim que os serviços se iniciarem na nova aldeia. Se isso ocorrer dentro do prazo previsto, até abril de 2014, as duas pistas na rodovia federal estarão liberadas para o trânsito.

Cacique aguarda nova aldeia

A cacique da tribo, Maria Conceição Soares, comemora a notícia do avanço na construção da nova aldeia. Segundo ela, vivem 29 famílias no local, e outras quatro devem chegar após a conclusão dos serviços. “Há uma torneira para toda tribo. Vivemos em péssimas condições.”

A tribo conta com luz elétrica. Mas, conforme a cacique, a precariedade das instalações coloca em risco os moradores. “Está tudo improvisado. Tenho medo que um dia aconteça algum incêndio por aqui.”

A tribo está instalada naquela área de terra desde o fim da década de 60. Antes de se instalarem no local, viviam em uma gruta localizada em Santa Cruz do Sul. Todos foram forçados a sair do local, após as terras serem desapropriadas pelo governo estadual para a construção de um parque. O local é hoje ponto turístico na cidade com o nome de Gruta dos Índios.

Durante muitos anos, a irmã de Maria Conceição, Maria Antônia Soares, exerceu a liderança da tribo. Em agosto de 2012, foi presa durante a Operação Apache, realizada em conjunto pelas Polícias Civil e Militar, que investigava o tráfico de drogas na aldeia. A ex-cacique foi condenada, e os advogados entraram com recurso.

Detalhes da duplicação

  • A duplicação do trecho Estrela-Tabaí da BR-386 é reivindicada por moradores e líderes do Vale do Taquari há mais de três décadas. O projeto começou a ser executado em novembro de 2010;
  • Hoje, cerca de 70% da obra está concluída. Em apenas dois quilômetros dos 33,8 previstos os trabalhos ainda não começaram;
  • O principal entrave é a demora na construção de uma nova aldeia indígena caingangue em Bom Retiro do Sul;
  • O custo total da obra está orçado em R$ 180 milhões. Inicialmente, o valor era próximo de R$ 150 milhões;
  • A entrega está prevista para o primeiro semestre de 2014.

CIC Vale do Taquari

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